© R.X. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

20/06/04

LEMBRA-TE DO RELÓGIO

(“O tempo é sempre um jogador atento.”C. Baudelaire)

há sempre uma noite incandescente, que te
ilumina na indecência da solidão
tu, vítima do desejo alado, vais numa
aventura pelos céus ébrios da inocência do culto,
segue em frente, segue o destino
sem pensar mecânico
sobrevive a máquina de cálculos renais,
não pensando que os rins são imaturos
e que estão sujeitos aos cálculos biliares,
como tu, aos segundos que preenchem o minuto
que as horas absorvem, tingindo espaços ténues,
macabros, cadavéricos e maravilhosos
é assim, como fazer amor à mão,
à luz de uma lamparina, em honra da senhora
do eterno desterro em terras de ninguém,
onde, o descanso nocturno é apenas um enigma
e os oásis não te lavam a poeira que nos teus olhos
deambula, como a cegueira dos cães da guerra
ainda virgens
lembra-te do relógio e de adão e eva

1993.06.10

1 comentário:

Carla Veríssimo disse...

E gostei deste ;)
Fazer amor à mão...
Fazer amor à mão...
;)