Águas que estalam sem sentido;
molham-nos com gotas de suor,
seduzindo corpos brutos,
simbioticamente,
fazendo-nos sentir
o medo da libertação
num estalar de dedos
ou, num fechar de olhos
para a vida
E há monstros de papel
enrolados no vento;
como bandeiras sem destino
num hino precoce de atrocidades
E há momentos de veludo
enredados em corpos nus;
como armas de defesa
numa orgia de vaidades
E não haverá mais nada;
nem enrolado
ou enredado
como coisas
num sentido sem sentido
E a liberdade para o medo
jaz, ilusoriamente,
em rasgos de sobriedade
alicerçados no último andar
de um prédio em construção
1996.11.10
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