© R.X. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

20/06/04

O CRIME DE TER NASCIDO

as rosas choram e as lágrimas murmuram:
«-Onde estás?»
apenas tinha isto imaginado
e logo, nua, me apareceste,
denotando ares de ausência
aguada e enfadada; como se fosses
aquela aguarela que eu desejei pintar,
sentir,
tocar,
violar e depois possuir na eternidade
não me percebeste
não me tocaste
não me cheiraste
não te conheci, ainda

voam os sonos meus,
rodeando-te Anfisbena,
enquanto procuro o teu Angel
ensombrado, que paira, algures,
no locutório que te anestia

bebes zurrapa
comes zosteras
e a sofomania zaranza-te
a génese real

1993.06.30

Sem comentários: