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20/06/04

MÁGOAS NAS ILHAS SOB-O-VENTO

quimicas sufocantes mágoas de uma miragem num reflexo
além dos montes, erguem, em mim, a paisagem para olhos
sem horizontes cloro em pedaços sonolentos, que ninguém
entende, oiço o meu nome no mistério dos dias cinzentos
fosgênio louco vento, pisando o anoitecer faz-me ver risos
dormentes, num êxtase que contenho dentro de mim, na
sombra são horas de crepúsculos dementes são ilhas a ondear
sob-o-vento, em volúpias de amor silencioso; sangrento perfume
de uma flor a ondear sob-o-vento, num mundo de cinzas
dormentes como a névoa feiticeira dos céus num país de chacais
químicas dos nervos tabun estrangulador... num jardim passado
sinto os odores do Zyklon-B; fumo soturno e arrastado que me
alucina com milhões de fantasmas mortos num só grito gás
mostarda, cianeto, hidrogênio, sarin letal... imagens que tombam,
cadênciadamente, no pacífico racíocinio mental para insectos em
penitência agente laranja, azul, branco doman?, naturalmente
inocente... secreta conversão física vinda no rasto, cadente, que há-de vir, sem um lamento, dos púlpitos fertilizadores em religiosos
protocolos, do convento lacrimogênio via-láctea; mãe-estrela;
voz(x) que quer ser um gesto que escondo da família V, VE e VX.
com os meus respeitos, e cumprimentos

1990.01.07

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